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CAU/BR discute crise hídrica na Câmara dos Deputados

Em tempo de escassez hídrica em Goiás, Distrito Federal e outras unidades federativas, a crise no abastecimento de água nas cidades brasileiras é o tema do terceiro debate do Fórum Interativo de Desenvolvimento Urbano, realizado nesta quarta, 13. A iniciativa é da Comissão de Desenvolvimento Urbano (CDU) da Câmara dos Deputados, em parceria com o CAU/BR. O evento acontece agora no Congresso Nacional, em Brasília, com a participação de arquitetos e urbanistas e de deputados federais.

Em Goiânia, recente decisão limitou o uso de água da bacia do Meia Ponte para irrigação, a fim de priorizar o abastecimento humano. O manancial atende por 58% do fornecimento de água na capital, além de fornecer parte do abastecimento para Aparecida, Trindade e Goianira. Em Brasília, a crise hídrica não tem precedentes. Os reservatórios da cidade estão em 30% da capacidade máxima e toda a cidade enfrenta o racionamento de água: um dia por semana, o abastecimento é totalmente cortado em uma região do Distrito Federal.

No último dia 30 de agosto, o Ministério Público do DF e dos Territórios promoveu o seminário “O Lago Paranoá e a Crise Hídrica: desafios do planejamento urbano para Brasília”, que discutiu o tema. Para a arquiteta e urbanista Liza Maria Souza de Andrade, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB), “sob a ótica do ciclo da água no cerrado, os grandes projetos imobiliários de expansão urbana em áreas ambientalmente sensíveis, como os propostos para a região da Serrinha do Paranoá, somados aos padrões insustentáveis de ocupação do uso do solo, de exclusão social, acarretarão impactos de longo alcance. É necessária a participação da população no processo de planejamento para promover a justiça ambiental e a visão ecossistêmica do saneamento e da infraestrutura”.

De acordo com a promotora Marta Eliana de Oliveira, da Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente (Prodema), a crise hídrica está diretamente ligada à falta de planejamento urbano e ao crescimento desordenado das metrópoles. “O projeto de ocupação urbana de uma área ambientalmente sensível deve necessariamente adotar soluções que preservem os sistemas produtores de água”, defende a jurista.

Parceria
O Fórum Interativo foi criado como espaço permanente de debates sobre os grandes temas nacionais relacionados às áreas de atuação da CDU e do CAU/BR. As audiências interativas serão realizadas toda primeira quarta-feira do mês, sempre com transmissão pelo E-democracia. O apoio técnico é dado pelo LabHacker da Câmara dos Deputados, grupo que promove o desenvolvimento colaborativo de projetos inovadores em cidadania relacionados com o parlamento. Em breve, poderão ser recebidas perguntas em vídeos ao vivo enviadas via celular ou computador. “Um dos objetivos da minha gestão à frente da Comissão é estimular o compartilhamento de conteúdo e o fomento às discussões propositivas. O Fórum vem nesta perspectiva, uma vez por mês, com parceiros respeitados na área, e realizado antes das reuniões ordinárias da CDU. Planejo que se torne um legado para o nosso colegiado”, declarou Givaldo Vieira.

Com informações do CAU/BR. Editado em 14/09/2017.

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