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CAU repudia adensamento excessivo e venda de áreas públicas no setor Sul

O CAU/GO vem a público defender o setor Sul e repudiar a proposta de adensamento excessivo e a venda de áreas públicas que estão sendo sugeridas, neste momento de discussão do Plano Diretor de Goiânia, pela Câmara Municipal. Do ponto de vista técnico e da qualidade de vida para os moradores do bairro e da capital, o adensamento pode até ser eventualmente estudado, desde que sejam respeitados os limites da infraestrutura existente e a paisagem no seu contexto histórico, paisagístico e cultural.

Em audiência pública sobre o tema realizada na noite da última quinta-feira, dia 5, a rejeição da população à proposta do vereador Romário Policarpo foi forte. Os moradores demonstraram na ocasião todo o seu conhecimento acerca dos problemas do bairro, e ilustraram com histórias pessoais diversas seus sentimentos de identidade e pertencimento à cidade, a partir de sua experiência no setor Sul. A necessidade de planejamento adequado e cuidadoso foi gritante, quando uma moradora relatou que a prefeitura destruíra um pomar cultivado por seu pai em uma praça do setor Sul, sem qualquer comunicação prévia e sem a conclusão de um projeto final para o local.

Considerando suas praças, um dos principais papeis desempenhados pelo bairro na cidade está o da drenagem urbana. O adensamento excessivo prejudicaria ainda mais os problemas relacionados às fortes chuvas de Goiânia, como enxurradas e alagamentos, que culminam na recarga insuficiente do lençol freático e com um futuro déficit no abastecimento de água para a população. Essas mesmas áreas verdes têm o papel de reduzir a temperatura local, amenizando o efeito da ilha de calor e garantindo conforto térmico às pessoas.

Levando em conta as vias estreitas do setor Sul, a mobilidade é outro entrave importante ao adensamento excessivo. Além disso, no entorno do bairro suas vias de acesso já estão hoje saturadas.

Um dos argumentos do vereador Romário Policarpo em favor da venda de áreas públicas, estaria sua falta de uso e sua degradação. Tais informações, segundo a população, não condizem com a realidade, dado que muitas pessoas utilizam diversas praças do setor para atividades de lazer. É importante frisar também recente publicação de uma lei pela Prefeitura, que institui os trâmites para parcerias entre o poder público e a iniciativa privada, a fim de garantirem a adequada manutenção das praças da capital. Tal mecanismo já ocorria no Bosque dos Pássaros e a informação é de que seus custos são relativamente baixos.

É essencial que a importância do setor Sul seja reconhecida e valorizada pelo poder público, seja por parte da Câmara Municipal, seja por parte da Prefeitura, de modo que qualquer projeto que venham a propor respeite a vocação do bairro: cultural, de preservação ambiental, turística e de lazer.

Um plano de bairro eficiente e respeitoso poderia servir de exemplo para outras localidades na cidade, mostrando a possibilidade de executar o modelo de cidade compacta, voltada para o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas, tão bem estabelecido pelo Plano Diretor atual (2007). É assim que o CAU/GO, enquanto autarquia que atua em defesa da Arquitetura e do Urbanismo, pelo bem da sociedade, se coloca ao lado da população, na busca por uma cidade que garanta espaço adequado e qualidade de vida para seus cidadãos. 

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