A falta de iluminação pública adequada é um problema que afeta muitas cidades do país e em Goiânia não é diferente. O município tem enfrentado atualmente uma série de desafios no que diz respeito aos serviços relacionados à infraestrutura urbana, e a ineficiência da iluminação pública é um dos pontos mais críticos.
A iluminação tem como objetivo garantir que os espaços públicos sejam utilizados de forma segura e eficiente e promover o bem-estar dos moradores da cidade. Ruas bem iluminadas, além de prevenir crimes e acidentes de trânsito, evitam também atos de vandalismo que prejudiquem a paisagem urbana. Um experimento desenvolvido em Nova York, nos EUA, pelo Bureau Nacional de Pesquisa Econômica em parceria com a polícia metropolitana, avaliou que a iluminação adequada das ruas possibilitou a redução de 36% dos crimes ocorridos durante a noite.
Em Goiânia, a solução para o problema da má iluminação pública está no maior investimento em infraestrutura urbana. Muitas áreas da cidade não contam com um sistema de iluminação adequado e as lâmpadas que existem muitas vezes estão quebradas ou não funcionam corretamente. Segundo dados da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Seinfra), todos os meses cerca de 2% a 3% dos pontos de iluminação da capital precisam ser trocados, o que corresponde a cerca de 3,5 mil a 5 mil lâmpadas. Neste ano, de janeiro a abril, foram trocadas 11.355 lâmpadas na cidade, segundo informações veiculadas em O Popular.
A manutenção e expansão da rede de iluminação são desafios enfrentados pela Prefeitura, que precisa investir em tecnologias modernas e sistemas de controle e supervisão para garantir a eficiência e economia de energia elétrica. Desde 2019, o município possui um plano para a substituição de 180 mil pontos de iluminação por lâmpadas de LED. Porém, pouco foi feito e a Prefeitura anunciou recentemente que está trabalhando em uma nova licitação.
É necessário retomar o investimento em tecnologias mais eficientes e sustentáveis. As luminárias de LED têm maior durabilidade, de cerca de cinquenta mil horas de tempo de vida, e consomem 50% a 80% menos energia do que as tecnologias tradicionais.
De acordo com a Seinfra, em 2022 foram registradas mais de 10 mil reclamações de moradores sobre a falta de iluminação pública na cidade. O órgão informa que tem feito investimentos para melhorar o serviço em diferentes regiões da cidade, mas reconhece que ainda há muito a ser feito. Além disso, em junho completa um ano desde que a Prefeitura rompeu o contrato com a empresa responsável pela manutenção da iluminação nas vias da capital.
A iluminação pública é um serviço essencial para garantir a segurança e a qualidade de vida dos moradores de uma cidade.
*David Finotti, arquiteto e urbanista, é conselheiro do CAU/GO