Ícone da arquitetura goiana e um dos maiores símbolos do art déco da capital, a Estação Ferroviária de Goiânia foi escolhida para ser palco da edição especial do Café com Prosa e Jornada de Estudos Brasileiros deste ano. Realizado em 17 e 18 de outubro pelo Iphan, Centro de Estudos Brasileiros da Universidade Federal de Goiás e Elysium Sociedade Cultural, com patrocínio do CAU/GO, nos dois dias, o evento reuniu mais de 200 participantes, entre estudantes, profissionais das áreas de arqueologia e arquitetura e outros interessados, que participaram de conferência e mesas redondas com temas relativos aos 15 anos do tombamento desse acervo como Patrimônio Cultural Brasileiro.
“Nós do CAU nos entusiasmamos em apoiar eventos que buscam trazer o olhar dos habitantes da cidade para as riquezas da paisagem e da arquitetura, que são documentos vivos de nossa história”, afirmou a conselheira Márcia Guerrante.
A antiga Estação Ferroviária, que passa por um processo de revitalização, recebeu nomes como Andrey Schlee, diretor do Iphan Nacional, Ana Lídia Machado, da Advocacia Geral da União, e Alfredo Conti, professor da Universidade Argentina de La Plata.
Na conferência Novas Capitais, Nova Arquitetura, Alfredo Conti abordou a arquitetura monumental e o início do art déco em diversos países e capitais. “É interessante observar que a modernidade começou a se expressar nas grandes cidades como Buenos Aires, São Paulo, Rio de Janeiro e depois se expandiu para coração do cerrado brasileiro. Goiânia é um exemplo do art déco não só na escala do Brasil, mas do continente. Esse estilo inspirou os primeiros edifícios da cidade, o que torna a capital um dos primeiros exemplos da modernidade”, destacou Alfredo Conti.
No segundo dia de evento, Andrey Schlee trouxe um estudo sobre o processo de consolidação do art déco em Miami (EUA), e ressaltou a valorização e o cuidado com o Patrimônio Cultural em toda a cidade, que é feito por meio de eventos e campanhas de mobilização. Já a Procuradora Federal Ana Lídia abordou a legislação de proteção dos bens culturais, as ações de proteção do patrimônio público, a atuação da Procuradoria Federal no Iphan e as dificuldades nesse campo.
Posteriormente, o Patrimônio e Imaginário Nacional foi o tema da segunda mesa redonda, composta pelo pintor e desenhista Amaury Menezes; pela professora da UFG, doutora em Psicologia Clínica e Cultura, Fernanda Valentín; e pelo professor e coordenador do Centro de Estudos Brasileiros da UFG, Wolney Unes.
“Foi uma comemoração dos 15 anos da identificação e reconhecimento formal e institucional do acervo déco, que passou a ser visto como patrimônio. Antes essa arquitetura era vista apenas como ‘Protomoderno’, ou seja, antecedente ao modernismo”, explicou Wolney, que também é coordenador geral da Elysium Sociedade Cultural.
Com informações do Iphan.