“O cotidiano da cidade não desfruta da arquitetura exponencial exemplificada na nossa formação, como os projetos dos heróis Vilanova Artigas, Paulo Mendes da Rocha, Oscar Niemeyer e Lina Bo Bardi…Isso sempre foi um incômodo”, afirmou Pablo Hereñú.
Na 23ª Aula Magna do CAU/GO, realizada na quarta-feira, 11, no Teatro Unip, o palestrante abordou sobre relatos de seu percurso vivenciado em conjunto com o escritório ao longo de mais de duas décadas. Ao todo, mais de 500 pessoas, entre estudantes, professores e profissionais de Goiás assistiram à aula, sendo 320 no teatro da Unip e 186 assistindo online pelo canal do Youtube do Conselho.
Entre os destaques da apresentação, estão o Edifício Santa Adelaide (SP), as Escolas Estaduais Vilanova III e IV (SP) e Nova Cumbica (SP), Conjunto Urbano Jardim Edith e o projeto de restauração do Museu do Ipiranga (SP) .
>> O evento foi transmitido pelo canal do CAU/GO no Youtube, assista:
A abertura do evento foi realizada pela presidente do CAU/GO, Simon Buiate, e pela coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unip, Julia de Melo, que também é conselheira e coordenadora da Comissão de Ensino e Formação do Conselho.
A anfitriã Julia de Melo agradeceu a parceria entre a Unip e o CAU/GO e a presença dos conselheiros, professores e estudantes. “Estou muito feliz por ver este auditório lotado e ter a presença de todos vocês. O tema é de grande relevância, pois desperta o interesse na elaboração de projetos, participação em concursos de projetos e a valorização profissional. Espero que seja uma noite de aprendizado para todos”, disse Julia de Melo.
Simone Buiate, em seu discurso, reafirmou a importância da aproximação dos estudantes com o Conselho. “Com a nossa vinda até vocês, queremos sinalizar que o caminho está aberto e que vocês são sempre muito bem-vindos ao Conselho. Tragam suas ideias e seu trabalho para o aprimoramento da atuação do CAU”, afirmou a presidente.
Com o Teatro da Unip lotado, Pablo Hereñú deu uma aula de quase duas horas.
“A rua é o lugar do encontro”, afirmou Pablo Hereñú ao iniciar a palestra abordando sobre “aberrações urbanas” presentes na maioria das cidades, com ruas repletas de muros, grades e insegurança devido ao tipo de espaço urbano produzido em massa pelo mercado imobiliário. O palestrante ressaltou que esse modelo de construção acaba sendo reproduzido em conjuntos habitacionais, produzindo edifícios sem produzirem cidade, com longos trechos com quarteirões cercados por alvenarias sem a possibilidade de vida, comércio e socialização nesses espaços públicos.
Para mostrar que é possível realizar habitação social de forma mais urbanizada e com mais qualidade de vida, o palestrante compartilhou o processo de elaboração do projeto do Conjunto Urbano Jardim Edith, onde foi realizada a inserção de equipamentos públicos associados aos edifícios habitacionais e a urbanização do perímetro entre o edifício e a calçada como forma de integrar esses espaços com a sociedade.
Destaque da apresentação, Pablo Hereñú falou sobre os desafios de construir no construído, no projeto de restauração do Museu do Ipiranga, seguindo um roteiro espacial configurado e respeitando a pré-existência da construção, preservando a espacialidade do edifício mesmo atendendo ao conforto ambiental demandado pela contemporaneidade.
A abertura de novas entradas e a aplicação de uma janela panorâmica possibilitaram melhorias na de ventilação e iluminação natural e uma integração entre jardim e o espaço interno do museu. Além de atender às exigências do concurso de projetos como acessibilidade e segurança, o projeto também permitiu enxergar o edifício por novos ângulos e que fossem percorridos novos espaços que anteriormente não eram possíveis. Essas estratégias utilizadas no projeto resultaram em diversas premiações como os prêmios APCA 2022, IAB-SP 2022 e Monocle Design Awards 2023.
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