Nesta sexta e sábado, 1 e 2 de maio, haverá dois passeios para explorar e discutir a cidade, em Goiânia. O primeiro deles será pelas ruas e jardins do setor Sul e terá como condutora a arquiteta e urbanista Carol Farias, do estúdio Sobreurbana, responsável pela organização do evento. No dia seguinte, o trajeto será liderado pela arquiteta e cicloativista Gabriela Silveira, que propõe uma caminhada pelo setor Vila Nova. Não é necessário se inscrever previamente.
Os passeios integram a programação do Jane’s Walk, um movimento global que propõe a redescoberta dos bairros das cidades, inspirado nas ideias da escritora e ativista Jane Jacobs. Na década de 1960, a autora do livro “Morte e vida de grandes cidades” mobilizou vizinhos e evitou a destruição de áreas tradicionais em Nova Iorque, onde vivia.
Em Goiânia, já foram realizados cinco Jane’s Walks desde 2013, com passeios pelo setor Pedro Ludovico e pelo percurso do córrego Buriti, entre outros. Em entrevista ao site do CAU/GO, Carol Farias explica que a proposta dos passeios une prazer com necessidade.
O que os motiva?
A possibilidade de contribuir positivamente para a relação de afeto entre as pessoas e a cidade. Adoramos passear por Goiânia e queremos dividir isso com as pessoas. A proposta do Jane’s Walk – conhecer e conversar sobre a cidade – une o prazer de descobrir as particularidades do local onde vivemos, com a necessidade de refletirmos sobre como nos colocamos nele.
Como os passeios podem ser transformadores?
As pessoas só cuidam daquilo que conhecem, ou melhor, daquilo que reconhecem como caro a elas. Por isso é tão importante conhecermos melhor a cidade onde vivemos, para que possamos dar valor, carinho e cuidado às suas ruas, árvores, praças, prédios… e claro, às pessoas que nela vivem. Para que as pessoas cuidem de suas cidades, precisam criar vínculos de simpatia e afeto com o ambiente urbano, com os lugares e seus personagens.
Por que foram escolhidos esses bairros para os trajetos?
O setor Sul é um bairro ímpar em Goiânia e no Brasil: inspirado no modelo de cidade-jardim, representou à época de sua implantação uma ruptura cultural muito grande para seus moradores, que não aderiram à proposta do projeto de construírem suas casas voltadas para as áreas verdes. No entanto, essas áreas verdes são um fato concreto e somam uma porcentagem muito grande de área pública e verde no centro da cidade hoje. São um potencial enorme para a mobilidade, o lazer, a arte, a economia e a sustentabilidade de Goiânia. Nosso escritório fica nesse bairro, assim como vários amigos e colegas, especialmente pessoas que atuam na economia criativa local. Não tem como não falarmos sobre o bairro e todo seu potencial. Já fizemos dois passeios por ele e as pessoas sempre pedem mais. Para o festival Jane’s Walk deste ano, também resolvemos fazer uma chamada em nossas redes sociais convidando pessoas a proporem e liderarem passeios em seus bairros. Assim, surgiu a proposta de passearmos pelo setor Vila Nova, guiados pela arquiteta Gabriela Silveira, que propôs o passeio. O bairro é dos mais antigos da cidade e abrigou boa parte dos primeiros trabalhadores que se instalaram em Goiânia. Além de ser muito tradicional, contém o Parque Botafogo, que também fará parte do percurso. Acreditamos muito no crescimento da rede de “caminhantes” no mundo inteiro e temos muito prazer em fortalecê-la em nossa cidade.
Setor Sul
Data e hora: 1 de maio, 9h
Ponto de encontro: Praça Wilton Valente Chaves – av. Cora Coralina, junto ao Instituto Rizzo
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Vila Nova
Data e hora: 2 de maio, 9h
Ponto de encontro: Praça Boaventura – na gameleira em frente ao mercado
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Crédito das imagens: Sobreurbana