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Aula Magna: palestra de Ciça Gorski lota auditórios em Goiânia e Anápolis

“Me lembrei, durante a conversa que tive com a palestrante, do grande teórico de Paisagismo Luiz Emygdio, que dizia que existe paisagem em Marte, no Sol e no fundo do mar”, disse o presidente do CAU/GO, Arnaldo Mascarenhas Braga, na abertura da Aula Magna em Goiânia. “O que não existe nesses lugares é o observador”.

Foi esse o ponto de partida para a fala da arquiteta e urbanista Maria Cecília Barbieri Gorski, a Ciça Gorski, que falou aos estudantes, professores e profissionais que lotaram o Teatro PUC na terça-feira, 28, e o auditório do Senac no dia seguinte, em Anápolis. “A Arquitetura Paisagística se constitui, primeiramente, na criação de lugar, seja com a finalidade de abrigo, acolhimento, celebração ou demonstração de poder”, explicou. “Não se refere somente à vegetação”. Um de seus objetivos, segundo Ciça, é a promoção de qualidade de vida, em escalas variadas. Por isso, é preciso resolver questões como a má qualidade das calçadas das cidades, a arborização urbana deficiente e o colapso dos rios nas cidades brasileiras.

Veja aqui as fotos da Aula Magna no Teatro PUC, em Goiânia.
Veja aqui as fotos da Aula Magna no auditório do Senac, em Anápólis.

A arquiteta falou das referências brasileiras em Paisagismo, como Roberto Burle Marx, artista plástico que buscou entender a “sociologia das plantas”. Como também Roberto Coelho Cardozo, Mariana Magnoli Martineli e também Fernando Chacel, que conseguiu reverter a degradação de mangues e restingas por meio de seu trabalho de “ecogênese” – promovendo a regeneração da vegetação a partir da associação de espécies nativas.

Ao lado de Rosa Kliass, nome internacionalmente conhecido, “com quem tive a sorte de trabalhar”, disse, Burle Marx e outros paisagistas criaram a Abap – Associação Brasileira dos Arquitetos Paisagistas, em 1976. “Começando, assim, a sistematizar melhor a Arquitetura Paisagística no país”, afirmou.

Entre as diversas experiências de projeto compartilhadas por Ciça Gorski durante a Aula Magna do CAU/GO, que estava em sua 12ª edição, estava a Pousada do Ipê em Caldas Novas, em que construíram todos os chalés sem derrubar qualquer árvore, a Praça Cívica em Goiânia e o Parque Ambiental Macambira Anicuns – todos feitos em parceria com o escritório goiano Grupo Quatro, do arquiteto e urbanista Luiz Fernando Cruvinel Teixeira, com quem tem uma parceria de quase 30 anos.

Segundo a arquiteta, que se graduou e obteve o mestrado no Mackenzie, em São Paulo, os desafios atuais da área incluem a falta de viveiros para atender à demanda dos projetos. “É preciso haver uma política de produção de mudas e uma parceria entre os setores público e privado”, disse. “Rosa Kliass fez um projeto de revegetação em Belém, e teve que usar mudas do Ceasa de São Paulo. Faz sentido isso? É inadequado e caro.”

Segundo dia
Em Anápolis, a abertura da Aula Magna foi feita pelo conselheiro Paulo Renato Alves, que é coordenador da Comissão de Exercício Profissional, Ensino e Formação (Cepef). “Temos trazido nomes muito relevantes no cenário nacional, para contribuir para que vocês saiam mais maduros da universidade”, afirmou aos alunos – que, como em Goiânia, ao final se juntaram ao redor de Ciça Gorski para muitas perguntas e fotos.

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