“Toda cidade tem uma arquitetura com a cara dos seus arquitetos”. Com essa fala, o arquiteto e urbanista Márcio Carvalho encerrou o seminário “O mercado profissional do arquiteto e urbanista”, que o CAU/GO realizou na última quinta-feira, 21, no Sebrae, em parceria com a Asbea. Na palestra “O arquiteto no mercado imobiliário”, o representante do escritório gaúcho Smart propôs uma reflexão sobre o papel do profissional como interventor urbano. “Tudo o que projetamos é público”, afirmou.
Márcio também abordou as mudanças que ocorrem atualmente na sociedade e como o profissional deve abraçar a “multidisciplinaridade” da experiência urbana. “Construtores fazem o mesmo desde a década de 70, mas a vida contemporânea exige criatividade, que deve ser usada analisando a mobilidade, a cultura e o estilo de vida atual”, disse.
O seminário do CAU/GO, que encerrou o projeto Arquiteto Empreendedor para 2019, reuniu mais de uma centena de profissionais e contou com a presença de 19 presidentes dos CAU/UF, que além do evento no Sebrae, participaram no dia 22 do Fórum de Presidentes do CAU, que pela primeira vez aconteceu em Goiânia. O seminário “O mercado profissional do arquiteto e urbanista” resultou de uma proposta do Fórum de Presidentes, por meio do grupo de trabalho de Mercado Profissional, coordenado pelo presidente do CAU/GO, Arnaldo Mascarenhas Braga.
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Na abertura do evento, Arnaldo Mascarenhas deu as boas vindas e convidou os arquitetos a dialogarem com o CAU, além de participarem das entidades, como IAB, Sindicato e outras. O presidente da Asbea, Kardec Borges, ressaltou a importância do seminário visando discutir o mercado do arquiteto, em um momento ainda de dificuldades para a profissão. Já o representante do Sebrae, Allan Máximo de Holanda, louvou a parceria do Conselho com o Sebrae, que completou dois anos.
O seminário teve início com a palestra do arquiteto e urbanista Antônio Francisco de Oliveira, ex-vice-presidente do CAU/BR, que tratou do tema “O futuro da Arquitetura”, abordando o quadro geral da profissão no Brasil e seu percurso histórico. “Hoje em dia não podemos ser apenas reprodutores de conhecimento. Temos que criar”, afirmou.
Professor da UFPB, Antônio Francisco falou também sobre o presente e o futuro do exercício profissional. “Cerca de 85% dos profissionais de Arquitetura e Urbanismo do país exercem somente duas funções: projeto arquitetônico e execução de obras”, disse. “Existem outras áreas de atuação, mas sem profissionais para exercê-las. O arquiteto deve sempre estudar e buscar cursos profissionalizantes”. Para ele, além disso, o déficit habitacional e a carência de planos e projetos urbanísticos no Brasil apontam potenciais demandas do mercado.
Em seguida, Andreyve Melo, que é engenheiro civil e especialista em marketing, palestrou sobre “Arquitetura e Tecnologia”, apresentando diversos recursos que podem auxiliar e facilitar o trabalho do arquiteto. Informou que existem novos recursos para elaboração de projetos e métodos de marketing que podem alavancar a carreira desses profissionais. “Redes sociais, maquetes virtuais, softwares, inteligência artificial e telas interativas, são algumas das maneiras de buscar novos clientes e mostrar o trabalho de uma forma inovadora, se destacando no mercado”, afirmou.
Já no período da tarde, Pedro Diniz Coelho iniciou a programação com a palestra “O mercado internacional de Arquitetura e Urbanismo”. Gerente de relações institucionais e internacionais da Asbea-SP e do programa Built by Brazil, ele falou da importância da internacionalização e apresentou estratégias para alcançar o mercado de outros países. “É uma ótima forma de maximizar lucros e ampliar o escopo comercial desses profissionais”, disse.
Confira abaixo as apresentações dos palestrantes:
O futuro da arquitetura – Antônio Francisco de Oliveira
Arquitetura e Tecnologia – Andreyve Melo
O mercado internacional de arquitetura e urbanismo – Pedro Diniz
O arquiteto no mercado imobiliário – Márcio Carvalho
Veja as imagens do evento:
Fotos: André Saddi