O Coletivo de Ações Poéticas Urbanas, formado por alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFG Regional Goiás, realiza no próximo dia 13 a palestra “Arte urbana e intervenção anarquitetônica”, com o professor da Universidade de São Paulo (USP) Guilherme Wisnik. Na mesma data, será inaugurada a exposição “Ações poéticas urbanas”, que seguirá em cartaz até 15 de dezembro. Os eventos acontecem no Museu das Bandeiras, a partir das 18h30, e contam com patrocínio do CAU/GO, por meio do edital de 2019.
Além de professor, Guilherme Wisnik foi colunista do jornal Folha de S. Paulo e autor de diversos livros, entre eles, “Oscar Niemeyer; Espaço em obra: cidade, arte, arquitetura” e “Dentro do nevoeiro: arte, arquitetura e tecnologia contemporâneas”. Membro da Associação Paulista de Críticos de Arte, é curador de diversos projetos e exposições, como, São Paulo: três ensaios visuais (Instituto Moreira Salles, 2017), Infinito vão: 90 anos de arquitetura brasileira (Casa da Arquitectura de Portugal, 2018, com Fernando Serapião) e da 10ª Bienal de Arquitetura de São Paulo (Instituto de Arquitetos do Brasil, 2013).
A exposição apresentará registros de sete práticas realizadas na cidade de Goiás pelo grupo, entre setembro e novembro. “Por meio de diversas ações, o coletivo propôs investigar como é possível apreender, ler e transformar a cidade a partir de experimentações artísticas”, explica o professor Emiliano Freitas, professor que coordenou as atividades. “Foram colocadas em discussão as relações entre corpo, cidade e memória, pesquisando instrumentos para novas perspectivas de convivência no espaço urbano, interpretando e experienciando o lugar poeticamente.”
Integram o coletivo as estudantes Ana Vitória Freitas, Elisa Maria Marques, Izabella Abdalla, Lucas Italo Silva, Maiári Iasi, Thiago Lopes e Victória Regina Farias.
Conheça as ações realizadas pelo Coletivo de Ações Poéticas Urbanas, em Goiás:
Qual o seu lugar em Goyaz?
A instalação de um mapa em branco da cidade, onde antes havia um mapa turístico, instigou os passantes a marcarem ali suas memórias e desejos, construindo uma cartografia que valorizou as experiências pessoais, repensando as representações do espaço urbano.
Duas cidades
O coletivo demarcou com cal os limites do perímetro do Centro Gistórico de Goiás, refletindo sobre as reverberações dessa divisão do espaço urbano.
Pode jogar, tinta fresca
Buscando a reativação da quadra da Vila Lions, que estava subutilizada, o grupo realizou a pintura do piso e confeccionou golzinhos, a fim de incentivar a ocupação do espaço.
Anti-monumento
Por que algumas memórias são escondidas na cidade? Ao pensar sobre isso, o coletivo propôs a instalação de um anti-monumento na antiga praça da forca de Goiás – atual praça da Manchorra. O anti-monumento é um balanço, que se utiliza dos signos da forca em sua corda, buscando de forma lúdica lembrar de marcas desagradáveis do nosso passado.
Tire uma foto com a Cora
Ao pensar nas relações entre símbolos, memória, cidade e turismo, o coletivo promoveu uma sessão de fotos com a estátua de Cora, que divide as opiniões de quem passa por Goiás. As pessoas eram convidadas a tirar uma foto com a Cora e logo depois recebiam uma cópia física para levar de lembrança.
Passeio auditivo
O coletivo propôs um passeio pelo centro histórico de Goiás, seguindo o caminho feito pela Procissão do Fogaréu, guiado por um mapa demarcado com pontos de parada no percurso, no qual, nesses pontos os participantes ouviam áudios encaminhados pelos membros do coletivo.
Borracha branca
Em 1934 a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos foi demolida para a construção de uma igreja neogótica. Em um ato simbólico, o coletivo utilizou 200 borrachas para “apagar” trechos da escadaria da Igreja do Rosário. Cada borracha representava um ano da história das pessoas que utilizaram aquele lugar, que foi apagado com a demolição.
Serviço
Exposição: Ações Poéticas Urbanas
Horário: 18h30
Palestra: Arte urbana e intervenção anarquitetônica – com Guilherme Wisnik
Horário: 19h
Data: 13 de novembro
Local: Museu das Bandeiras
Endereço: Praça Brasil Caiado, Centro – Goiás/GO
Obs.: Em caso de chuva, a palestra será realizada no auditório da UFG – Unidade Acadêmica Especial de Ciências Humanas (Uaech) – Santana.