Enquanto a nova Lei de Licitações é discutida no Congresso Nacional, o CAU segue defendendo a realização de concursos públicos como uma maneira democrática e vantajosa para a sociedade, na contratação de projetos. Pauta da 13ª edição da Aula Magna do Conselho em Goiás, o concurso de projeto foi a “estratégia de sobrevivência” adotada pelo escritório Estúdio 41, baseado em Curitiba (PR) e representado, em Goiânia e Anápolis, pelo arquiteto e urbanista João Gabriel Rosa. “Os contratos são muito bons financeiramente, pois obrigatoriamente seguem a Tabela de Honorários do CAU”, afirmou o palestrante. “O mercado paga muito mal”.
Os alunos de Arquitetura e Urbanismo de Anápolis e Goiânia assistiram às palestras no auditório da UniEvangélica, na avenida Universitária, e no Teatro Unip, às margens da BR-153, no último dia 27 de março.
Veja aqui as fotos da Aula Magna no Teatro Unip, em Goiânia.
Veja aqui as fotos da Aula Magna no auditório da UniEvangélica, em Anapólis.
“O concurso é uma ótima prática para aprender a defender ideias, trabalhar em equipe e reconhecer outra ideia melhor”, afirmou o presidente do CAU/GO, Arnaldo Mascarenhas Braga, na abertura do evento. “Para participar dos concursos, não importa de onde você é”, disse o coordenador da Comissão de Exercício Profissional, Ensino e Formação (Cepef) do Conselho, Paulo Renato Alves. “Nós daqui de Goiânia podemos participar e ganhar, como esses jovens de Curitiba”.
No total, o Estúdio 41 já participou de 40 concursos de projeto. Desde a sede da Fecomércio, Sesc e Senac, no Rio Grande do Sul, conseguiu emendar um contrato no outro. A Orla do Lago Paranoá, em Brasília (DF) foi objeto do mais recente concurso vencido pela equipe. E a Estação Antártica Comandante Ferraz, seu projeto mais emblemático, resultou em nada menos que 800 pranchas.
Entre as outras vantagens dos concursos de projeto, segundo João Gabriel, está a possibilidade de realização de trabalhos mais autorais. No método aplicado pelo Estúdio 41, cada membro desenvolve sua própria ideia e depois senta junto para discutir as propostas de todos, sempre com a utilização de maquetes. “Um bom partido e uma boa implantação facilitam o entendimento do júri”, disse o arquiteto, graduado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). “A proposta precisa ser clara”.
Sobre a Estação Antártica, João Gabriel explicou a importância, por exemplo, da envoltória, um elemento chave do projeto. “Entendemos que ela precisava ser descolada do solo e ter formato aerodinâmico, para que o vento não fosse um problema no desenvolvimento do projeto estrutural”, disse. “Também precisávamos de uma solução de montagem que fosse adequada para aquela localização. O ideal é que tivesse o máximo de componentes pré-fabricados”.
No caso do projeto da Orla do Paranoá, João Gabriel explicou que o escritório optou por resolver questões complexas com um traçado simples. “Entre os objetivos, tínhamos que garantir ao máximo a continuidade dos percursos de pedestre, rede cicloviária e transporte lacustre, como também interligar as áreas verdes do projeto às áreas já existentes”, disse.
Confira também a apresentação de João Gabriel Rosa na 13ª Aula Magna do CAU/GO.